Diferenças entre Astrologia Moderna e Helenística

Enquanto a Astrologia Helenística data do século III A.C., a Astrologia Moderna é uma releitura que se iniciou no século XIX.

Luis Fernando Rostworowski

10/3/20242 min read

A astrologia helenística emergiu no século III a.C., como resultado da fusão de conhecimentos astrológicos provenientes de várias culturas, incluindo os egípcios, babilônios (também conhecidos como caldeus), persas e gregos. Esta síntese ocorreu após a expansão de Alexandre, o Grande, que unificou vastos territórios sob seu domínio, promovendo um intercâmbio cultural e intelectual significativo. A cidade de Alexandria, no Egito, tornou-se um importante centro de aprendizado e desenvolvimento astrológico, onde estudiosos gregos integraram e sistematizaram práticas astrológicas anteriores, criando uma tradição que influenciaria profundamente a astrologia ocidental subsequente.

Os egípcios e caldeus possuíam seus próprios sistemas de decanatos e de termos, assim como conhecimentos mitológicos e astronômicos que se somaram ao entendimento dos gregos da época. Importantes entendimentos se deram na época, como a adoção do Zodíaco Tropical, ao invés do Zodíaco Sideral das constelações; a divisão das 12 casas astrológicas zodíaco de 30º cada; aspectos entre planetas; dignidades essenciais e acidentais.

Conforme o tempo passou, grandes nomes de astrólogos foram surgindo. Em decorrência da experimentação e prática desses astrólogos, a sabedoria astrológica ganhou forma e método. Alguns deles são:

Vettius Valens: Autor do "Anthology", uma obra extensa que compila técnicas e práticas astrológicas, oferecendo uma visão detalhada da astrologia helenística.

Ptolomeu: Com sua obra "Tetrabiblos", Ptolomeu sistematizou muitos conceitos astrológicos, criando um texto de referência que influenciou a astrologia por séculos.

Doroteu de Sidon: Conhecido por seu poema astrológico "Carmen Astrologicum", que detalha técnicas de interpretação e previsão.

Firmicus Maternus: Autor de "Matheseos Libri", um tratado que explora a astrologia em profundidade, abordando temas como as casas e os aspectos planetários.

Antíoco de Atenas: Contribuiu com comentários e interpretações que ajudaram a esclarecer e expandir o conhecimento astrológico da época.

Esses astrólogos, entre outros, desempenharam papéis cruciais na formação e desenvolvimento da astrologia helenística, estabelecendo fundamentos que continuam a ser estudados e aplicados na astrologia contemporânea. A tradição helenística, com sua riqueza de técnicas e abordagens, permanece uma fonte vital de conhecimento para astrólogos em todo o mundo.

Já a astrologia moderna fez uso de informações disponíveis no século XIX para recriar o entendimento astrológico. Nessa reinterpretação, houve a inserção de novos planetas, como Urano, Netuno e Plutão, a mistura com outras correntes de pensamento, como a teosofia, a psicologia analítica de Carl Jung, o uso indiscriminado do horóscopo em publicações de massa, e a união com pensamentos emergentes da Nova Era. Embora tenham seu valor e função, essas correntes de pensamento espiritual mudaram a maneira de entender e praticar a astrologia, enfatizando o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal.

Atualmente, muitos astrólogos estão retomando as bases astrológicas clássicas, reconhecendo-as como um sistema coerente em si mesmo e capaz de trazer muitas respostas aos acontecimentos pessoais e coletivos do ser humano. Este movimento busca resgatar a profundidade e a precisão das técnicas antigas, integrando-as ao contexto moderno para enriquecer a prática astrológica contemporânea.